Dirigente do Santos/AP condenado no STJD.

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) puniu com multa e suspensão o presidente do Santos Futebol Clube do Amapá, Luciano Marba, o diretor da Federação Amapaense de Futebol (FAF), Vicente Cruz, o diretor financeiro do clube, Helivan Luiz de Queiroz Ramos e o árbitro Jorge Antonio Pinheiro Lobato, além do jogador Geydson Silva. A condenação é resultado do processo 52/2014-STJD, julgado na noite desta quarta-feira (28).

Marba foi punido com multa de R$ 25 mil e suspensão pelo período de 480 dias. Vicente Cruz foi multado em R$ 20 mil e suspenso também por 480 dias. Helivan foi multado em R$ 10 mil e suspensão por 120 dias e o árbitro Jorge Antonio foi condenado a multa de R$ 5 mil e suspensão por 120 dias. O jogador do Santos Geydson Silva da Silva também foi suspenso por quatro partidas.

Na sentença, o Santos/AP foi absolvido, o que mantém o resultado do Campeonato Amapaense 2013. Com isso, continua sendo o representante do Amapá na Série D do Campeonato Brasileiro 2014. A estreia na competição está marcada para 20 de julho, contra o Princesa do Solimões, do Amazonas, no estádio Milton de Souza Corrêa, o ‘Zerão’, em Macapá.

A reportagem tentou contato com o diretor da FAF, Vicente Cruz, mas o telefone dele estava fora de área. Os demais envolvidos no caso também não foram encontrados para se pronunciarem.

Entenda o caso
O presidente do Santos, também empresário, é apontado como líder de um esquema de manipulação no resultado do Campeonato Amapaense profissional, além do Sub-20 2013. Ele foi flagrado em conversas suspeitas com árbitros, jogadores de times rivais e o diretor da FAF. As escutas telefônicas são parte de investigação do Ministério Público do Estado do Amapá (MPE-AP) com autorização da Justiça.

Em um dos diálogos, ele pede “punição” a um clube adversário. Em outros, conduz uma suposta negociação para atletas rivais não entrarem em campo: “Eles dizem que caíram do moto-táxi, inventam uma história que se machucaram”.

- Há uma clara interferência [do presidente] no esquema do futebol de modo geral no Amapá, e pelo Estatuto do Torcedor é crime interferir em resultado de jogos – declarou, à época, o promotor de Justiça Afonso Guimarães.

Em outra ligação, o presidente do Santos fala com Vicente Cruz, diretor do Departamento Técnico da FAF. Marba cobra de Vicente uma punição ao clube Oratório, deixando o time de fora do campeonato Sub-20 por dois anos. 

- Tem que punir o Oratório. Pune o Oratório. Se não punir, nós vamos deixar o cara no nosso meio. Tem que tirar o Oratório dois anos do campeonato - falou o presidente do Santos.

Na mesma ligação, o diretor técnico da FAF diz que o Ypiranga é quem ficaria fora da competição.

- Eu ia tirar o Ypiranga, mas o Ypiranga é um time de massa.

Luciano Marba é considerado foragido pela Justiça do Amapá. Ele teve a prisão preventiva decretada após ser denunciado por suposto envolvimento em fraudes em licitação para contratação de empresas de vigilância pela Secretaria Estadual de Educação do Amapá. Teve habeas corpus negado na última quinta-feira (22). Ele estaria na Grécia para acompanhar o filho, jogador de futebol, que foi fazer teste em time daquele país.

Quando as escutas vieram a público, Marba chegou a se defender, em entrevista coletiva no escritório do advogado Maurício Pereira. Na ocasião, disse que as gravações não datam da época do Campeonato Amapaense.

- As gravações datam do período do campeonato sub-20. Não ganhamos o torneio. Não faríamos esquema para perder.

Ainda declarou que as conversas que teve com árbitros e atletas não tiveram nada de anormal. Alega que a conversa nada teve a ver com futebol, mas sim com sua empresa de vigilância da qual é dono.

- Converso com todo mundo do futebol, desde o presidente da federação até o gandula. Tive conversas com alguns árbitros, mas pelo fato de trabalharem na LMS [empresa de vigilância da propriedade de Marba] - alegou.

Fonte: globoesporte.com

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