Contratações, estrutura, mudança de perfil... Os erros do Princesa na Série D.

Se o time tinha condições de vencer a Série D do Campeonato Brasileiro ou conseguir o acesso para a Série C não se sabe, mas a verdade é que o esperado era que a equipe do Princesa do Solimões chegasse a segunda fase da Quarta Divisão nacional, ainda mais após o investimento realizado pela diretoria do Tubarão do Norte. O elenco tinha custo de R$ 230 mil mensais. 

A derrota diante do Santos-AP no último sábado colocou fim ao sonho dos manacapuruenses de seguirem na competição. Apenas um empate bastaria para que o Princesa seguisse na disputa, mas a equipe foi derrotada por 3 a 2, de virada, e perdeu a vice-liderança do Grupo A1 e deixou o futebol baré, mais uma vez, com a sensação do quase. 

O GloboEsporte.com listou cinco tópicos que explicam a queda do Tubarão do Norte na Série D. 

MUDANÇA DE PERFIL
Campeão na temporada 2013, o Princesa do Solimões ficou caracterizado como uma equipe de toque de bola, sem grande brilho, mas objetiva. Com forte poder de marcação e jogadores de velocidade na linha de frente. Havia uma identidade. Ao longo do estadual deste ano, no entanto, o que se viu foi uma mudança de perfil no elenco. Muitos atletas de fora foram contratados, houve uma espécie de 'globalização' no elenco. Mas o objetivo principal que era o de fazer o time atuar de forma mais convincente e segura não deu certo. 

TROCA DE TÉCNICO
Marcos Piter comandou o time em duas temporadas, 2012 e 2013. Foi campeão com um plantel que conhecia perfeitamente, desde o goleiro até o ponta esquerda. A inexperiência, no entanto, sempre foi um assunto questionado, até mesmo por ele que muitas vezes não escondeu que a 'pouca bagagem' o deixava exposto a cobranças nem sempre justas. Com o vice-campeonato estadual, a diretoria decidiu por uma troca de comando e trouxe Charles Guerreiro. O efeito não foi o esperado. A equipe se mostrou inconstante e, muitas vezes, apresentava uma queda de produtividade na segunda etapa. A sonolência e falta de pegada foram fatores relevantes no tropeço. 

TEIMOSIA 
Guerreiro chegou com uma leva de novos jogadores. Se iria dar certo ou não era um incógnita, mas antigas figuras do elenco - e muitas questionáveis - voltaram a ter oportunidade com o novo treinador, principalmente atletas do setor defensivo. O mais criticado foi o 'coringa' Clayton He-man. De zagueiro, lateral ou volante, o camisa 3 nunca agradou a torcida. Em jogos decisivos falhou e só expôs o erro de Guerreiro ao insistir com a escalação. O mesmo cabe ao lateral Deurick, que prejudicou o time ao ser expulso de forma infantil na partida contra o Atlético Acreano. A equipe vencia por 2 a 1, mas acabou goleada por 5 a 2. Se o triunfo tivesse sido confirmado, hoje o Princesa do Solimões estaria no mata-mata. 

MÁS CONTRATAÇÕES
Foram muitos os jogadores que chegaram ao Tubarão do Norte para a disputa da Quarta Divisão: Paulo Wanzeler, Vanderlan, Paulão, Leandro Camilo, Magno Bruno, Gelvane, Flamel, Renato Medeiros, Lourinho, Emerson, Somália... Foram 12 reforços e apenas dois se firmaram na equipe, o goleiro Paulo Wanzeler e o zagueiro Leandro Camilo. Somália, principal esperança de gols, perdeu espaço e passou a figurar no banco, sem falar nas inúmeras desistências. O investimento não trouxe o retorno esperado. 

ESTRUTURA
Um dos pontos que resultaram no insucesso do Princesa também foi a falta de estrutura. Sem estádio próprio, com o Gilbertão em reforma e sem prazo para entrega, a equipe perdeu um dos alicerces para disputar a classificação, já que em Manacapuru, com o apoio da torcida de forma massiva, se torna um time quase imbatível. Além disso, a necessidade de viajar constantemente para Manaus, entre treinos e jogos, causou desgaste no elenco e na comissão técnica. Sem um local adequado para realizar as atividades, as viagens para a Colina e o Coroado se tornaram cansativas no grupo.

Fonte: globoesporte.com

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