Otimista, técnico do Tubarão do Solimões garante: 'O Princesa vai brigar pela ponta'.

A aposta do Princesa para ser o comandante da equipe na temporada 2015 vem do Acre. Ainda com pouco peso e experiência no currículo, o técnico Zé Marco, 34, chamou atenção dos dirigentes do Tubarão de Manacapuru ao conquistar o vice-campeonato Acriano, deste ano, pelo Atlético (AC) e apresentar um bom time nas disputas do Brasileiro Série D contra o Princesa.

Zé, que deixou de ser jogador há pouco menos de um ano para se tornar treinador, vai ter uma missão antes nunca desempenhada. O ex-volante vai comandar o Princesa na disputa de três competições: Campeonato Amazonense, Copa Verde e a Copa do Brasil.

Para entender melhor os planos do novo treinador e saber um pouco do passado do ex-jogador de futebol - que chegou a levantar a taça de campeão amazonense por um grande clube do Amazonas - o CRAQUE conversou exclusivamente com o agora comandante do Tubarão. 

Quais clubes você teve passagens como jogador?
Passei pelo Rolim de Moura (RO) depois fui para o Rio Negro onde fui campeão. Aí fui para o Grêmio Coariense e Nacional. Tive passagem pelo para Iraty do Paraná, Campinense (PB), Grêmio Capivariense (SP), Penapolense (SP), Rio Branco (AC) e Atlético (AC). 

Como foi ser campeão amazonense com o Rio Negro em 2001?
Foi maravilhoso. O clube, naquele tempo, estava há 11 anos sem conquistar um título estadual. Se não me engano, eu estava com 18 anos e foi muito gratificante.

E a passagem por Grêmio Coariense e Nacional?
No Grêmio participei da Série C de 2004, fizemos uma boa campanha e fomos eliminados nas oitavas de finais para o Rio Branco (AC), faltando dois jogos para o acesso. No Nacional apenas fui vice-campeão amazonense em 2005. Depois andei por outros clubes pelo Brasil.

Quais suas Impressões sobre o Futebol amazonense?
Na verdade, em 2001 o futebol amazonense estava no auge. A Sky transmitia os jogos para todo o Brasil e tinha o Rio Negro, que conquistou título de 2001 e entrou em decadência. Alguns clubes também entraram em decadência e o futebol foi punido com a queda do São Raimundo e o próprio Rio Negro que caia e subia de divisão. Depois de Manaus, o Pará continuou com força no futebol e ultimamente tínhamos o Rio Branco, que caiu e o futebol do Acre voltou a ser o que era antes.

Com o legado da Copa você acredita que haja uma revolução no futebol?
A Copa do Mundo surgiu como uma esperança de alavancar o futebol amazonense. O mundial deixou a Colina, o estádio do Coroado (Jornalista Carlos Zamith)... Deixou um legado para os clubes desfrutarem do melhor do futebol e para que possam colher frutos. A gente vê aí o Princesa em ascensão, o Nacional sempre vindo forte, o Fast... Assim acirra mais a rivalidade, que de 2001 pra cá deu uma caída. Em 2016, a tendência é que o Amazonas volte a ser um grande centro de futebol da Região Norte.

Qual a diferença do futebol acriano para o futebol amazonense?
O futebol amazonense viveu bons momentos, mas depois da queda do São Raimundo o futebol ficou sem evidência, sem calendário e passou a viver os seus altos e baixos. Depois de Manaus. No Acre tínhamos o Rio Branco, que agora caiu. Falta planejamento. Sem planejamento e bons dirigentes os times nunca vão chegar lá (acesso).

Como foi a fase de aprendizado para se tornar técnico? Houve estudo? 
Minha primeira passagem foi no Atlético Acreano, mas já estive em São Paulo estudando com alguns treinadores, onde já trabalhei como jogador. No início do ano surgiu o convite para assumir o Atlético (AC), pois já estava com 34 anos. Mas tive um bom estágio por equipes das Séries A2 e A3 de São Paulo, aprendi um pouco mais de planejamento e trabalhos táticos. Foram uns três meses de idas, vindas e aprendizados.

E como foi o convite para comandar o Atlético Acreano?
Na verdade, como atleta eu sempre fui capitão e por isso já exercia uma liderança dentro de campo. Como estava aproximando o final da minha carreira passei a estudar mais as preleções, os trabalhos técnicos e táticos, e coincidiu de receber um convite da diretoria. Eles não tinham como contratar um treinador de grande experiência e resolveram apostar em mim.

A campanha foi boa?
Fomos vice-campeões perdendo um pênalti na final para o Rio Branco. Só não fomos campeões por falhas no regulamento. Fomos campeões do torneio início, do primeiro e do segundo turno, e não nos deram nenhuma vantagem. Na decisão, o primeiro jogo empatamos em 1 a 1 e no segundo o jogo foi 2 a 2 e perdemos nos pênaltis por 3 a 2.

Qual o sentimento de no primeiro desafio deixar escapar o título?
Nós estávamos ganhando até os 40 do segundo tempo. Em quatro, cinco minutos depois acontece uma falha do nosso goleiro que foi visto em todo o Brasil (o goleiro Máximo protege a bola dentro da grande área, para ganhar tempo, espera o jogador do Rio Branco chegar e sem querer deixa o adversário dá um pequeno toque, tirando das mãos do goleiro, e encaminhando a bola para o gol). Isso me deixou frustrado e triste. 

Esperava voltar para o futebol amazonense como treinador?
Quando eu aceitei ser treinador, o desafio sempre foi ir para outro estado. Pintou a possibilidade de enfrentar o Princesa, apesar de ter perdido os jogos contra eles na Série D, mas sempre demos dificuldade. Foram dois grandes jogos que de repente chamaram a atenção do Princesa. No futebol ninguém se esconde de ninguém.

O que fez você aceitar o convite do Princesa?
O Raphael Maddy (diretor de futebol do clube) me ligou e expôs as questões do projeto do Campeonato Amazonense e Brasileiro. Falei que tinha interesse e marquei de ir conhecer o clube. Fui para Manacapuru e colocaram tudo no papel, planos e objetivos tratados. Não só Campeonato Amazonense, mas Copa Verde, Copa do Brasil, que é o nosso objetivo de fazer boas apresentações.

É sua primeira grande oportunidade como técnico?
Acredito que sim. Tive uma grande oportunidade com o Atlético (AC) no Brasileiro Série D. Em nível técnico é outro patamar. Agora estou indo para um clube com investimento maior, trabalho maior e com mais duas competições nacionais. Neste momento estamos no caminho certo.

Copa Verde e Copa do Brasil vai ser uma “vitrine” pra você?
Com certeza. É uma vitrine muito boa, não só pra mim, mas para o clube e para os atletas. O próprio campeonato Amazonense já dá uma visibilidade maior. Estou feliz com o desafio, que é o maior desafio da minha carreira, terá maior cobrança e estou preparado pelo que vem pela frente.

O Princesa durante dois anos se tornou uma potência, teremos isso novamente ano que vem?
Acredito que sim. Até porque confio no meu trabalho, no projeto traçado pela diretoria, no projeto montado. Graças a Deus temos colocado em prática tudo o que foi planejado e o Princesa vai estar brigando pela ponta da tabela. Vamos trabalhar com muita seriedade e profissionalismo.

Deu tempo para conhecer a cidade a Terra da Ciranda?
Não tive tempo de conhecer a cidade Manacapuru. Conheci a estrutura do Princesa e é muito boa. Pelo que eles passaram ao longo do Brasileiro da Série D e treinar quase todo dia em Manaus... Mas é um clube que paga em dia, dá condições de trabalho, possui um campo de treinamento e quem dera que todos os clubes trabalhassem dessa maneira.

Fonte: acritica.uol.com.br

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