Com mais cortesias, número de ‘penetras’ cresce no Campeonato Amazonense

Desde a abertura do Campeonato Amazonense 2015, no dia 21 de fevereiro, o público pagante tem sido reduzido na maioria dos jogos. Uma média de 370 torcedores por partida, que compraram ingressos, até a quinta rodada em 23 confrontos disputados, com exceção do empate por 3 a 3 do Iranduba e Nacional Borbense, que não entrou na contagem por falta da divulgação do borderô pela Federação Amazonense de Futebol (FAF). 

Esta quantidade de pagantes representa uma queda de 37,5% se comparado à média de público da mesma quantidade de jogos do Estadual de 2014, que era de 592 pagantes por partida. Mas na atual temporada, os torcedores perceberam que o número de não pagantes cresceu.

Com o exemplo de dois jogos da quinta rodada do certame, já é matematicamente comprovado esta observação. Na goleada do Fast sobre o Operário, por 4 a 0, na terça-feira passada, no Estádio Carlos Zamith, no Coroado, de 235 torcedores presentes, apenas 76 pagaram ingressos. Um total de 159 pessoas entraram de graça. Um dia antes do jogo do Tricolor, a vitória do Nacional sobre o Manaus FC por 2 a 1, no Estádio da Colina, a tendência se repetiu. De um público de 422 torcedores, 198 tiveram entrada livre no local contra 224 pagantes, 26 pessoas a mais somente em relação aos ‘penetras’ da bola. Um detalhe que a quantidade de não pagantes não entra no borderô.

Uma das explicações para a gratuidade aberta no futebol local seria o aumento de 100% do número de ingressos de cortesia para cada clube. De 25 bilhetes, a cota subiu, este ano, para 50 entradas gratuitas, a pedido dos próprios dirigentes das agremiações. “Em cada jogo que o mandante é o Manaus FC, dispomos de 100 torcedores de graça, 50 de cada clube. Não temos torcidas, mas admiradores. Além disso, fazemos promoções para ganharem ingressos de cortesia”, declarou o presidente do Gavião do Norte, Luís Mitoso.

O cartola afirma que a gratuidade desperta o interesse de novos torcedores aos jogos do Estadual. “Estamos numa competição atípica, em que estamos procurando incentivar a ida da torcida. Para mim, a festa é muito mais bonita se todo o público entrar de graça para apoiar o time e é melhor que ter 200 pagantes, que não paga nem o quadro móvel”, comentou Mitoso.

O vice-presidente do Fast Clube, Cláudio Nobre, revelou que outro fator contribui para o crescimento do público não pagante. “Muitos clubes estão usando colaboradores nas bilheterias, catracas, seguranças e gandulas para reduzir os gastos com quadro móvel. O Fast vai levar os 30 colaboradores para o jogo da Colina no sábado (contra o São Raimundo). Fora as carteiradas, como pessoas que dizem ser da imprensa”, declarou Nobre, antes da partida realizada ontem à tarde.

No Nacional, o programa sócio-torcedor do clube contribui para o acesso livre dos torcedores às arquibancadas dos estádios, segundo o presidente Mário Cortez. “Sobre o público não pagante, o Nacional dá ingressos de cortesia para os sócios-torcedores adimplentes. Nem funcionários próprios usamos para reduzir o quadro móvel, precisamos terceirizar esse serviço”, afirmou.

Mesmo longe do mando de campo, no Estádio Gilbertão, em Manacapuru (a 68 quilômetros de Manaus), o Princesa também registra entradas sem compras de ingressos de torcedores na Colina. “Não sei no Estadual porque há a entrada de tanta gente de graça, temos 50 ingressos de cortesia apenas. Nem temos como fazer esse controle (do público não pagante) porque chegamos no dia do jogo em Manaus e não podemos ficar verificando tudo isso”, revelou o diretor de futebol do Tubarão, Raphael Maddy, que afirmou ter enfrentado o mesmo problema com os ‘penetras’ na Copa Verde e Copa do Brasil.

O diretor técnico da FAF, Ivan Guimarães, isenta a federação de controlar o número de não pagantes. “Às vezes, tem muitas despesas e os clubes colocam maqueiros, bilheteiros e gandulas, que contam como não pagantes. Este ano, quem é o clube mandante paga tudo e recebe tudo da bilheteria do jogo”, relembrou Guimarães. “Além disso, tem muitas pessoas que entram sem ingressos, como a imprensa, idosos, crianças e outros. Mas muitos clubes por querer incentivar sua torcida podem ter dado mais convites além da cota de cortesia de ingressos”, completou o dirigente.

Fonte: d24am.com

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