Arena Amazônia: falta de dinheiro para manutenção, pouco futebol e rock´n´roll

Propaganda de show na Arena da Amazônia. Bandas como Paralamas do Sucesso e Detonautas passaram pelo estádio neste ano
Foi um ano de poucos jogos de futebol na arena construída em Manaus por cerca de R$ 750 milhões. Foram cinco partidas nos cinco primeiros meses de 2015, sendo apenas uma valendo por competição do calendário oficial. 

As três primeiras foram do amistoso Super Series, nos dias 21, 23 e 25 de Janeiro, que contou com os times do Sudeste Flamengo, Vasco e São Paulo então em pré-temporada. Depois, no dia 22 de fevereiro, o Nacional-AM enfrentou o Vilhena-RO, pela Copa Verde. Finalmente, no dia 28 de fevereiro, a arena recebeu a partida beneficente entre os amigos do lutador José Aldo contra amigos do ex-jogador Delmo.

Em junho, o estádio recebeu sua primeira partida do Campeonato Amazonense de 2015. Foi a final do torneio, entre Nacional e Princesa do Solimões. Um público de 6.787 pessoas gerou uma renda R$ 93.825, mas nem um centavo foi para os cofres estaduais. Isso porque o governo estadual fez um acordo com os clubes para subsidiar a realização do jogo, a única forma encontrada de fazer com que pelo menos a final do Amazonense fosse disputada na arena.

O sétimo jogo do ano no estádio aconteceu no dia 13 de setembro, na última rodada da Série D do Campeonato Brasileiro. O duelo entre Nacional e Náutico (RR) foi acompanhado por 260 pagantes, que proporcionaram a menor renda do ano, de R$ 2.385, dos quais R$ 238,50 foram revertidos aos cofres estaduais.

A Arena Amazônia não sediou nenhum jogo das séries A e B do Campeonato Brasileiro em 2015, ao contrário das outras 11 sedes do Mundial. O equipamento fecha o ano no vermelho, tendo gerado um prejuízo aos cofres estaduais de R$ 4,08 milhões, contando o montante gasto com manutenção no ano (R$ 4,8 milhões), menos o quanto o Estado arrecadou com jogos e eventos no local (R$ 720,8 mil).

O resultado teria sido pior se não tivessem sido realizados eventos musicais no local. Foram dois festivais: um de rock, em novembro, com as bandas Paralamas do Sucesso, Detonautas e atrações locais, e outro de música eletrônica, no último dia 12, com DJs se apresentando em um evento de mais de 12 horas de música.

Finalmente, o ano de 2015 na Arena Amazônia foi marcado também por problemas de manutenção gerados por falta de recursos. Em fevereiro, para reduzir os custos operacionais, o governo cortou serviços de limpeza que eram feitos após a utilização do equipamento.

Além disso, a empresa contratada para realizar a manutenção do gramado ficou seis meses sem receber. Por causa disso, no mês passado, ela deixou de prestar o serviço por 20 dias, e só retornou a fazê-lo quando o Estado pagou os R$ 440 mil que devia. Mas a interrupção dos trabalhos acarretou em uma infestação de lagartas no gramado, que só voltará a estar em condições de uso em fevereiro do ano que vem. 

Fonte: uol.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas